Desafios e metas para geração de trabalho e renda até 2030

Os desafios do desemprego juvenil no Brasil e no mundo é o tema desse artigo. Com dados atualizados e conexão direta com os Objetivos da Agenda 2030, apresentamos alguns caminhos para garantir trabalho, renda e dignidade para a juventude

Luiz Asts

4/25/20254 min read

O Dia Internacional do Jovem Trabalhador, celebrado em 24 de abril, é uma data que marca a importância de incluir os jovens no desenvolvimento social e econômico das nações. Mais do que uma homenagem, a data representa uma oportunidade de analisar os obstáculos enfrentados por milhões de jovens no mundo todo, especialmente no que diz respeito ao acesso ao mercado de trabalho, à educação e à renda digna.

Mesmo com avanços globais em inclusão social, o desemprego juvenil ainda é um dos maiores desafios enfrentados por governos, empresas e instituições. A questão é tão crítica que está diretamente ligada a um dos principais compromissos da Agenda 2030 da ONU, o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 8 (ODS 8), que trata da promoção do trabalho decente e crescimento econômico.

Desemprego juvenil no mundo: números que preocupam

De acordo com o relatório “World Employment and Social Outlook: Trends 2024”, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), existem hoje mais de 73 milhões de jovens desempregados em todo o mundo. O problema não é apenas o número absoluto, mas a disparidade em relação aos adultos. Em média, jovens entre 15 e 24 anos têm quase três vezes mais chances de estarem desempregados do que pessoas acima de 25 anos.

Os piores índices de desemprego juvenil no mundo atualmente estão em:

  • África do Sul – com taxa superior a 59% entre jovens;

  • Espanha – cerca de 29,4%;

  • Grécia – aproximadamente 28,5%;

  • Palestina – ultrapassando os 40%;

  • Líbano – em torno de 35%.

A falta de qualificação, instabilidade política e baixa oferta de empregos para iniciantes são os principais fatores que contribuem para essa realidade.

O cenário no Brasil: uma juventude em busca de oportunidades

No Brasil, os desafios também são grandes. Segundo os dados mais recentes da PNAD, a taxa de desemprego no Brasil foi de 6,5% no trimestre encerrado em janeiro de 2025 e entre os jovens de 18 a 24 anos é de 20,2%, o que representa quase o triplo da média nacional.

Além disso, alguns estados concentram os maiores índices de desemprego juvenil no país:

  • Bahia – 26,7%

  • Alagoas – 24,1%

  • Pernambuco – 22,5%

  • Amapá – 21,9%

  • Sergipe – 21,2%

Esses números revelam desigualdades regionais, que estão diretamente associadas à falta de acesso a educação de qualidade, qualificação profissional e políticas públicas voltadas ao primeiro emprego.

Nível de escolaridade dos jovens desempregados

A baixa qualificação escolar ainda é uma das principais barreiras para o ingresso no mercado formal. Dados cruzados do IBGE e do CAGED mostram que:

  • 32% dos jovens desempregados têm apenas o ensino fundamental completo ou incompleto;

  • 48% têm o ensino médio completo, mas sem cursos técnicos ou complementares;

  • 7% dos jovens desempregados são analfabetos ou analfabetos funcionais, o que dificulta ainda mais sua colocação em qualquer área produtiva.

Ou seja, mais da metade dos jovens em busca de emprego não possuem formação suficiente para preencher as vagas existentes — especialmente em setores que demandam uso de tecnologia, habilidades digitais ou comunicação.

A urgência da Agenda 2030: gerar trabalho, renda e esperança

O ODS 8 da Agenda 2030 da ONU propõe, entre suas metas principais, reduzir substancialmente a proporção de jovens sem emprego, educação ou formação até 2023, além de garantir condições de trabalho dignas e igualitárias para todos.

Isso só será possível com políticas públicas mais eficientes, como:

  • Expansão do ensino técnico e profissionalizante;

  • Criação de incentivos fiscais para empresas que contratem jovens aprendizes;

  • Programas de inclusão digital e empreendedorismo juvenil;

  • Fomento ao microcrédito e apoio a startups lideradas por jovens;

  • Aumento da conectividade nas periferias e zonas rurais, onde há maior exclusão produtiva.

O Dia Internacional do Jovem Trabalhador deve ser um marco de conscientização, mas também de ação. Os dados revelam que ainda há muito a ser feito para garantir aos jovens o acesso ao trabalho decente, à renda e a um futuro com dignidade. O desafio é coletivo — exige o envolvimento de governos, setor privado, instituições educacionais e sociedade civil.

Em sua música Trabalhado Decente e Crescimento Econômico, Juscelino Olyveira aborda os direitos que todo trabalhador tem e alerta da importância do trabalho para o desenvolvimento sustentável do planeta. 

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"Investir na juventude é investir em desenvolvimento sustentável, inovação e justiça social. E enquanto milhões de jovens esperam por uma oportunidade, cabe a todos nós acelerar as transformações que a Agenda 2030 já aponta como urgentes." Juscelino Olyveira